Jogo Olímpicos Rio 2016
O Brasil terminou sua campanha nos Jogos Olímpicos Rio 2016 com seu melhor resultado da história. Isso se deve em parte ao aumento nos investimentos feitos no esporte de alto rendimento, sob coordenação do Comitê Olímpico Brasileiro e das confederações das diversas modalidades, dando condições para que os atletas chegassem aos jogos na melhor qualidade técnica e física.
A melhora nas condições físicas dos atletas decorre de um trabalho coordenado entre atletas, equipe técnica, treinadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e médicos, entre outros profissionais.
Atletas de alto rendimento estão preparados para atuarem nos limites de suas condições físicas, sendo muito tênue o espaço entre o alto rendimento e a lesão.
O médico deve, então, ser capaz de identificar precocemente sinais de sobrecarga por esforços repetitivos e alertar seus colegas na equipe multidisciplinar para que eventuais ajustes possam ser feitos. No caso de lesão, deve estar atento ao diagnóstico precoce e pronta atuação no tratamento das mesmas.
O período que antecede um evento do porte de jogos olímpicos envolve tensão tanto do ponto de vista físico como psicológico, ao mesmo tempo em que o suporte dado pelas equipes multidisciplinares tornam-se deficientes devido ao extenso calendário de competições e viagens – alguns atletas chegam a fazer mais de 10 viagens em um único semestre. Assim que terminam os eventos preparatórios, o médico tem papel fundamental para ajudar o atleta a recuperar sua melhor condição para o dia da competição.
Da mesma forma que o período de treinamento do atleta é determinante no resultado que ele terá na competição, o preparo da equipe médica também é de fundamental importância. O médico muitas vezes atende fora de centros médicos ou hospitais, e deve assegurar que tenha os medicamentos e equipamentos necessários para atuar rapidamente quando preciso. Deve ter conhecimento claro da legislação anti-doping, e deve ter conhecimento das regras para atuação dentro de cada modalidade, já que muitas colocam restrições na atuação do médico durante a competição. Caso precise remover um atleta, precisa saber quem contatar e para onde ir. Isso tudo sem esquecer-se da pressão que sofre por parte de atletas, treinadores, gestores e imprensa. Uma falha da equipe médica, além de comprometer a saúde do atleta, pode muito bem ser a diferença entre uma medalha e o fracasso.
O Comitê Olímpico Brasileiro ofereceu suporte médico de qualidade a toda delegação do Time Brasil, desde um mês antes das olimpíadas até o seu fechamento, nos locais de treinamento, na vila olímpica e nos diversos locais de alojamento espalhados pela cidade do Rio de Janeiro e também nos locais de competição. A equipe cumpriu com seu papel, e as memórias e experiência de trabalhar neste evento tão especial para os brasileiros jamais serão esquecidos por quem lá esteve.
Dr. João Hollanda trabalhou com os atletas das mais diferentes modalidades e também atuou com o Time Brasil no período pré jogos olímpicos de 18 de Julho a 01 de Agosto/2016.
Médico Ortopedista (CRM 113.136) formado pela Santa Casa de São Paulo e especialista em cirurgia do Joelho pela SBCJ (Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho), atualmente trabalha na CBVELA (Confederação Brasileira de Vela).
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